Mara, a Senhora dos Acoma, conhece melhor que ninguém os segredos do Jogo do Conselho. Por meio de sangrentas manobras políticas, ela se tornou uma poderosa força no Império. Mas, rodeada de rivais impiedosos, terá que ser a melhor se quiser sobreviver. Como se isso não bastasse, a jovem precisa lutar em duas frentes. Na corte dos Tsurani, intrigas e traições desestabilizam o poder. Em seu coração, a paixão por um bárbaro do mundo inimigo de Midkemia a leva a questionar os princípios que sempre nortearam sua existência. Com seu filho em perigo e a continuidade de sua Casa ameaçada, Mara usa de todos os meios para tentar controlar a crueldade dos seus inimigos. Os desafios que terá que enfrentar dessa vez irão colocar em xeque as tradições dos Tsurani e suas próprias convicções. Neste jogo de sentimentos e poder, talvez ninguém saia vencedor…
Li o livro a Filha do Império sabendo que era uma série. O que não sabia é que se tratava de uma obra tão complexa e emocionante. Demorei a ler o segundo livro, porque queria finalizar algumas outras leituras. Mas depois que comecei a ler o segundo livro percebi que não poderia mais parar de ler. Desde o primeiro volume soube que estava diante de uma obra incrivelmente boa. O jogo do Conselho, o centro de todas as mudanças no mundo político dos Tsurani é complexo, forte e mortal e para quem tem nervos de aço.
Aprendi muito com Mara da casa dos Acoma. Ela que entrou no jogo do Conselho de paraquedas, pois estava se preparando para ser uma sacerdotisa de um templo. Após a morte do seu irmão e pai no campo de batalha da Guerra do Portal. Devido a uma manobra da casa dos Minwanabi, inimigos ferrenhos de sua casa.
Observação: Os Tsurani, através do poder dos “Mantos Negros”, espécie de Magos poderosíssimos conseguiram abrir um portal entre mundos, que os levou a uma terra chamada Midkemia, essa invasão que pode ser lida nos livros da série “Mago”,
O segundo livro nos faz pensar como o poder pode estagnar e gerar uma cultura doente e perigosa para os que desejam mudanças que favoreçam a nação.
Vamos a resenha, no final do livro um, Mara derrotou Jingu dos Minwanabi em sua própria casa, durante o aniversário do Senhor da Guerra Almecho, o obrigando a cometer suicido para salvar sua honra. Mara terá de enfrentar seu filho, Desio. Após o suicídio ritualístico do pai, seu filho jurou ao Deus vermelho, ou Deus da Morte, Turakamu, que mataria até o último membro da Casa dos Acoma. Para engrossar a fileira dos inimigos de Mara se junta a Desio, seu primo Tasaio, o general e estrategista que tramou a morte de seu pai e irmão.
O mundo dos Tsurani não tem espaço para as mulheres, só como esposa, mãe, escrava e prostituta. Mara como governante de sua casa quebra e aborrece a muitos que teme que sua conduta influencie outros no império.
Mara prova que tem inteligência e capacidade para gerir os assuntos políticos e financeiros de sua casa como ninguém. Seus inimigos costumam dizer que ela tem muita sorte. Eu acredito que ela trabalhou muito duro para chegar onde chegou. Sua sorte é esforço, inteligência e sagacidade e acima de tudo seu coração bondoso. Seus servos e conselheiros tem nela uma confiança cega, não por medo, e sim por admiração a sua capacidade de transformar situações extremamente adversas em vantagem, e lucro. Sua casa cresceu em riquezas e poder graças a sua bondade e inteligência ao tratar com seus subalternos e inimigos.
O que gostei nesse livro em especial foi o personagem Kevin de Zur. Um escravo trazido das terras do Portal, ou Midkemia. Ele entra no mundo de Mara e a faz refletir e tentar mudar sua cultura, religião e como seu mundo está sustentado sobre bases de poder corruptas e sangrentas.
O romance entre eles dois é inevitável e bem-vindo para Mara que não teve o melhor do amor. Seu casamento foi baseado em um jogo político para proteger e favorecer seus negócios. Ela escolheu o noivo e colocou um fim na relação quando ela se tornou perigosa. Kevin de Zur é uma brisa fresca em sua vida. Nele ela encontra paz, amor, sexo e um ombro forte no qual se apoiar quando seu mundo fica perigoso demais. A relação deles é mantida em segredo, mas malvista pela sociedade. Mas permitida para uma governante.
Para os Tsurani escravos não tem honra e suas vidas são descartáveis. A relação deles é forte e apaixonada e ambos se sentem divididos. Kevin passa a levar uma vida melhor, enquanto seus companheiros estão nos campos trabalhando de sol a sol.
Achei isso extremamente doloroso, foi algo que me dividiu também. Para piorar as coisas, mesmo que Mara quisesse não poderia libertá-lo, pode imaginar algo assim?
Se você já leu a serie Mago, tem a visão dos Midkemianos dos Tsurani e pode sentir na pele como foi difícil para eles serem subjugados, feitos como escravos, levados a uma terra tão diferente da sua. Eles morrem por sua liberdade. Agora que comecei a ler a série e conheço o jovem Pug e sua bela terra de Midkemia fiquei muito dividida.
As aventuras de Mara e Kevin nesse livro são incríveis e cheias de tensão, amor e honra. Amei cada página e já tenho alguns na minha estante, pretendo comprar todos. De longe os melhores livros que li em 2018.
Teve momentos que fiquei tão tensa que não consegui parar de ler. Se eu não soubesse o que ia acontecer acho que nem dormia! As tramas, os jogos políticos, as armadilhas feitas contra Mara são terríveis, mas felizmente ela consegue passar por todas elas sem maiores danos.
Seus conselheiros são incríveis, honrados, fieis a sua senhora até a morte. O mestre dos espiões, Arakasi, é um personagem a parte. Ele quase me faz perder o juízo. A doce conselheira e ama de Mara Nacoya, o seu general Keyoke, Lujan, Tecuma, Teani e Chumaka, são inigualáveis em honra, lealdade a amor por Mara.
Não tem como não se aproximar e se apaixonar pelos personagens, não fazer parte desse conselho, enquanto você os livros da série. Virei fã de Raymond E.Feist & Janny Wurts.
Minha nota? Cinco Beijos Mordidos!